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quinta-feira, julho 29, 2004

vidartificial


Estou a sofrer! Não vês?
Preciso arrancar outra veia com os dentes?
Preciso cuspir-te sangue de novo?
Preciso ficar paralisado com espasmos sucessivos?
Preciso ter a pele mais cinzenta e recortada?


Sim, é tudo auto-infligido.
Mas o meu corpo não reconhece a origem do agressor,
Nem a minha mente o consegue plenamente.
Deixei-me guiar pela tua explicação, pelos teus argumentos.
Afinal, és tu quem controla toda a vida humana, certo?
Todos os caminhos são delineados pelas unhas enquanto és arrastada pelo futuro.
Todos os sonhos são tecidos pelo teu tédio. Perverso jogo.


Liga-me a uma máquina e deixa-me ficar assim: dependente.
Nada muda realmente, pois não?
A ilusão de liberdade apenas habita nos saudáveis.
Ou melhor, no inconsciente invertido a que chamam realidade.
Tenho que te agradecer por me abrires os olhos,
Mesmo que os tenhas arrancado depois.


Enfia-me mais comprimidos pela garganta abaixo! Imploro-te!
Depois retira-os. Deixa-me saber o que é sofrer. Não vês?


Desculpa. Eu regresso para o caixão precoce.


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música: Scarlet - You're My Fix
pensamento: doente

Æmitis :: 22:27 ::: (0) Apêndice-[s]

terça-feira, julho 27, 2004

Elipse


Amanhã


(Ontem)
Reduzi-te a cinza.
Queimei-te enquanto dormias.
Hoje és vento num qualquer deserto inacessível.


Outro dia.


Perdi a noção de real.
Perdi a estrutura que me faz pensar (ser?) no presente.
Hoje sou a vaga existência de um nome sempre mal pronunciado.


(Amanhã)
O mar ergueu-se e tocou-te.
Pensavas ser imune, mais que imortal.
Hoje és uma maré que nunca se concretiza.


Ontem.


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música: Neurosis - No River To Take Me Home
pensamento: fogo que caminha sobre o oceano.

Æmitis :: 03:12 ::: (0) Apêndice-[s]

segunda-feira, julho 26, 2004

Sobre A Noite


Estavas deitada, com a cabeça apoiada no chão, formando um ondulante arco dos ombros à cintura. Disseste que assim conseguias ver a estrelas desde o horizonte sem ver um único pedaço da Terra. Apenas o céu e as estrelas. Disseste que assim estavas mais fresca. Mas como é possível? Como é possível sentires calor, frio ou contentamento se nem sequer existes?
Continuas arqueada. És feita de mármore e seda e o teu cabelo é negro como o rio que nos sustém. Os teus braços parecem flutuar, como se estivessem separados do resto do corpo. Olhas-me e sorris. Parece que sentes o enlevo que me provocas. "Estamos num círculo fechado. Deixa-te ir.", mumuras tu. Sentei-me. Não me aproximei para não te perder, para não quebrar a ilusão da luz nocturna. Reviro os olhos. Acordo.


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música: The Wind-Up Bird - Simulacrumbs Licking The Future
pensamento: hoje pensei em ti

Æmitis :: 23:31 ::: (0) Apêndice-[s]

domingo, julho 25, 2004

Sem Sinapse


Trinta segundos de silêncio. Pensei que tinha morrido (depois). Não se manifestou um único pensamento, uma única ideia. Apenas regressei com o alarme que tinha programado para tocar trinta segundos após o início da experiência. Como o consegui? Não me lembro. Não sei. Nunca soube. Escolham a resposta que mais vos interessar. Para mim tanto faz. Não foi um estado de "tabula rasa", o momento inicial do empirismo, foi simplesmente... nada. Perdi trinta seugundos de vida e ganhei trinta segundos de paz e caos em simultâneo. Tornei-me numa antítese com um só pólo. E agora, agora que analiso tudo de novo e todo o relativismo se instala confortavelmente na minha existência fora de frequência, tenho saudades. Saudades de não ser.


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música: Bee And Flower - Twin Stars
pensamento: saí e não sei se volto hoje

Æmitis :: 23:41 ::: (0) Apêndice-[s]

sexta-feira, julho 23, 2004

"Worthless Liar"


Não estou sóbrio. Estou além de mim. Não sei o que pensar e as palavras não parecem ter a mesma sequência habitual. Mas estou a fazer-me entender não estou? Pergunta sem resposta... não por ser retórica, não é. Sem resposta. Estou tonto, estou leve e estou distanciado. Devia estar a dormir. Amanhã regresso, agora estou ausente. Away they say. Não sinto nenhum impulso para fazer algo extraordinário... estou o mesmo tédio mascarado de sempre... tenho a mesma cara, a mesma respiração irregular, a mesma roupa escurecida... apenas não me oiço pensar com tanta clareza. Talvez seja este o meu estado ideal... mas é demasiado invulgar para poder considerá~lo como tal. Sóbrio...sempre sóbrio. Neste preciso momento, depois de tropeçar na lúcidez e rejeitá-la, ainda assim, continuo sóbrio. Demasiado sóbrio. Sei o que faço, o que escrevo, o que penso, o que sou. Merda para isto. Amanhã tento de novo. Talvez o oxigénio não seja o ideal... obrigado, sim, é plágio, agora morram.


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música: a minha voz... é só distorção.
pensamento: hahahahhahahahahhhhhhahah, é triste.

Æmitis :: 23:16 ::: (0) Apêndice-[s]

quinta-feira, julho 22, 2004

Intimidade


Não reparaste nas folhas a mudarem de cor? Agora que estamos os dois sentados debaixo da mesma árvore, separados por apenas alguns centímetros de relva, vou deixar-me levar pela ironia. A tua pele acompanhou a mudança... consigo ver o que pensas, consigo separar a água que te preenche. Se te beijar, e sei que o vou fazer, consiguirei sentir o calor que te alimenta. É igual ao que me guia.
Dobrei o teu vestido vermelho. Coloquei-o em cima da cama de lençóis lavados. Queria ver-te com ele hoje à noite. O vermelho escuro realça a tua pele branca e teu negro cabelo. Sinto-me feliz. Sim, simplesmente isso. Feliz. Deixa-me levar esses cabelos que te cobrem a cara até à parte detrás da tua orelha. Sabes que é só um pretexto para te tocar. Sei que não preciso de nenhum. Mas o jogo de repetida sedução nunca tem os mesmos contornos. Nem regras sequer... ou então, deixa-te estar assim...nua.
Trouxe-te croissants e sumo de laranja. A noite foi incrível...nenhum fantasma apareceu e tornámo-nos no umbigo do mundo. Ficas divina quando acordas. Adoro o teu cheiro.
Sim, ainda estou aqui depois de tudo ter ruído. Sou pó e luz. Abracei o nada.


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música: Kayo Dot - A Pitcher Of Summer
pensamento: entregue à paisagem

Æmitis :: 05:17 ::: (0) Apêndice-[s]

terça-feira, julho 20, 2004

Certeza? Acho Que Sim.


Fartei-me de recordar. Eu sei que parece ridículo dizer isto enquanto seguro cartas antigas e fotografias intactas. Mas estou saturado de reviver, de relembrar e ver tudo passar à minha frente sem passar realmente. Obrigado memória, mas agora podes voltar para o mesmo buraco de onde vieste. Sei que não tens a melhor cor nem a melhor saúde possível, e desde já peço desculpa, mas já não te quero utilizar. Não penses que não te aprecio, que te usei e agora te deito fora como um velho trapo. Os melhores momentos que tive ultimamente foram ao teu lado, sei que te lembras. Mas agora não te quero mais. Quero algo diferente. Se puderes, no caminho de volta entre os neurónios, diz ao sonho para vir ter comigo. Tenho que começar a criar novos caminhos, novas direcções. Não faço ideia do que quero... o que torna todo este momento ainda mais ridículo. Mas confio em mim e sei que em breve não me vou sentir assim, perdido. Sim, é isto o que quero agora. Se for um impulso efémero e momentâneo, então peço-te que me recebas quando te procurar mais tarde.


Podes tirar o manto vermelho de cima de mim. Agora, sou um ser humano outra vez. Vês? Podes-me abraçar? Tenho saudades de ti, de ter braços que consigam rodear-te completamente.


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música: Anathema - Are You There?
pensamento: nem sei se me consigo enganar o suficiente para continuar.

Æmitis :: 02:29 ::: (0) Apêndice-[s]

sexta-feira, julho 16, 2004

Expirar #3


Haverá tempo mais perfeito que o pretérito imperfeito?... Todos os outros são chatos, acabados, imprevisíveis, efémeros ou incompreensíveis. Pretérito imperfeito... comprei-o.


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música: Old Man Gloom - Deserts In Your Eyes
pensamento: o amarelo de uma planície alentejana

Æmitis :: 16:42 ::: (0) Apêndice-[s]

domingo, julho 11, 2004

3 Dias


Acompanhem um fragmento de tempo em 3 Dias.


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música: Unearth - Black Hearts Now Reign
pensamento: outra vida

Æmitis :: 00:56 ::: (0) Apêndice-[s]

sexta-feira, julho 09, 2004

Quebrar-me


Numa dinâmica diferente. Num ritmo acelerado. Toda a fúria emergiu. Centenas de caras reaparecem como uma lista de desaparecidos. Nenhuma familiar. Reservei-te esta raiva, espero que a recebas. Três murros na parede. Bebi o teu erro. Amargo sabor. Despertou-me. Agora todos os meus músculos concentram-se e a tensão cresce. Três murros e a pele mistura-se com o cimento. Não sou um homem violento. Mas só consigo descansar enquanto todos os copos estiverem quebrados e os dentes caídos numa poça de sangue e lágrimas. Mesmo que seja minha. Espero que seja minha. Oiço-me. O riso é demente e puro. Três murros de seco som. Já sinto alguma dor. Não o suficiente para te despir. Tossi. Saiu sangue. Conheço-me tão bem que consigo adivinhar onde realmente dói. Sou o meu pior inimigo. Sou o meu único inimigo. A passagem foi pacífica. Outro erro. Amarga visão. Confundi-me. Três murros e mais dor. Estou tonto e descontrolado. Caí de joelhos. Caiu sangue. O riso prossegue. Começo a sentir a mão direita dormente. Não quero. Não quero perder nada. Embato a mão solta contra o chão. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco vezes. Já me começo a sentir de novo. Tenho a pele solta. Acho que vejo um pouco de osso. Tenho o raciocínio queimado. Estranho ardor. Três murros e vejo tudo desfocado. Estou a conseguir. Esta noite estou a ser eficaz. Não fiques surpresa por me veres assim. Estou desfigurado e a sofrer. A escolha é minha. Não te atrevas a tocar-me. Não te atrevas a retirar-me este momento. Afasta essa arma. Afasta-te. Um murro. Não consigo mais... alívio...


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música: The Dillinger Escape Plan - Baby's First Coffin
pensamento: culpado

Æmitis :: 03:08 ::: (0) Apêndice-[s]

quarta-feira, julho 07, 2004

Descontrolo


Hoje, enquanto vinha no metro, mais precisamente a percorrer a longa linha azul, aconteceu-me algo digno deste espaço meu. Se a maioria do que é abstranho em mim nasce da complexa rede que se cria na minha mente, quando determinados momentos ocorrem fora dela não consigo deixar de ficar estupefacto e inerte (se algo poderá realmente acontecer fora dela). Sincronismo. Metáfora. Abstracção. Inesperada previsão. Antítese. Nada. Caos. Vida.
Estava encostado entre a parte traseira dos bancos e a pequena parte de parede da carruagem do metropolitano, ao lado da porta fechada que estava em frente àquela por onde entrei. Encostei-me, deixando-me perder no ruído dos estranhos e das escuras passagens entre estações. Como em tantas outras ocasiões, começaram a surgir imagens, sequências, palavras, sons... o meu imaginário fluía naturalmente... pensava no cenário recorrente de descontrolo, de quando as coisas não acontecem como tinha previsto. Pensei em escrever aqui, metaforicamente, através de uma situação, também recorrente, de entrar por um lado do metro e ter de sair pelo lado oposto. Não sei se já se depararam com esta situação... Mas a certeza de que é aquele o lado correcto de saída é tão grande que a alteração, a simples alteração da direita para a esquerda, faz estremecer a minha própria existência. Não será exagero... a confusão instala-se... a dúvida... o embaraço de estar errado... intimamente equivocado...
Enquanto pensava nesta situação, enquanto buscava as frases, o ritmo, a forma de expôr esta ideia, aproxima-se de mim um homem. Eu continuo encostado ao banco, no canto, e este homem de mais de meia idade, na casa dos cinquenta anos de idade, com um fato creme claro, camisa branca, cabelo curto e grisalho, com a barba por fazer, mas não muito longa, cerca de três dias parece-me, aproxima-se e segura na barra de metal que se encontra por cima dos bancos, onde estou encostado, ao lado do meu braço direito. O homem segura-se com a mão esquerda e na direita tem uma carteira de plástico com alguns papéis. Reparo que ele está nesta posição, neste preciso local, pronto para sair na próxima paragem, já anunciada. Mas ele está virado para a porta errada, para a porta onde estou encostado e que não abre, para a porta contrária àquela por onde entrou, por onde em todas as estações dezenas de pessoas têm entrado e saído. Primeiro penso que estará a ver-se no reflexo dos vidros da porta, ou estará só a olhar para fora, para as outras carruagens que passam na linha paralela naquele preciso momento. Mas o metro chega à estação, já anunciada. Pára. As portas abrem. O homem percebe que está virado para o lado errado e atrapalhadamente, apressadamente, vira-se e sai. Eu estou paralisado... A situação de engano, de confusão com entradas e saídas, a essência do meu pensamento até àquele preciso momento tinha-se materializado, tinha-se realizado. Não podia ser... Era avassalador. Aquele homem, aquela aparição bruta deixou-me a tremer. Já estava nervoso anteriormente... lembro-me de pensar que não havia razão para me sentir assim, com o coração acelerado e um descontrolado tremor dentro de mim... nada o justificava... nem o principio da viagem nem o previsto fim... nada. Após o metro partir da estação onde o homem de fato creme saiu, fiquei fechado dentro um quarto claro com paredes ondulantes. Era o descontrolo e a confusão de uma experiência estranhamente agradável. Muito agradável. E sorri.
Saí alguns minutos mais tarde. Ainda a sorrir e a pensar constantemente no que havia acontecido. A ocorrência passava repetitivamente pela minha mente. Era real e era isso o que mais me agradava. Era real. Este era o meu mundo, a minha realidade, a minha percepção. Eu. Real.


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música: The Dillinger Escape Plan - Unretrofied
pensamento: é só a minha mente. e é só minha.

Æmitis :: 00:04 ::: (0) Apêndice-[s]

 

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