quinta-feira, dezembro 23, 2004
Expirar #5
Se fumasse, serias o fumo. A longo prazo... o cancro.
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música: The Secret - Memento Mori
pensamento: redireccionado
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terça-feira, dezembro 21, 2004
Sem Título (Suposto Erro...)
A resposta foi aleatória. Tu estavas presente, apenas isso. Não tinha a intenção deliberada de te amordaçar, nem de te trazer durante vinte e três andares. Ajudo-te a reunir todos os ossos, os pedaços de roupa ensanguentada, os fios de cabelo claros e tudo aquilo que não queiras dispensar. Devo-te isso. Nada mais. Depois quero ver-te andar pelo mesmo carril por onde vieste. Pára em todas as paragens e acolhe todos os fantasmas e todos os sorrisos de fumo que encontres. Acolhe-os e fode-os.
Tenho que entrar de novo pela saída de emergência. Não se fazem entradas de emergência, tudo tem que ser forçado e difícil. Supostamente faz com que o final seja tão melhor... relativo a quê? Eu já estive no telhado e agora estou cá em baixo de novo; deixem-me que vos diga, não há nada melhor que ver todos os outros telhados sem se perceber que se está num. O risco de vertigens é contagiante.
Agradeço os degraus reajustados e as paredes revolvidas, aquela decoração a doença terminal já não me diz nada. Tenho papéis nos bolsos com lições de coisas sofridas e coisas de longínquo sabor e trocos. O kit de viagem vendido no singular e personalizado. Talvez devesse ter comprado a sugestão da loja ou o com mais saída. Conformismo contemporâneo e arte de bem viver no cliché. Depois admiro-me das depressões em forma de sushi e as lágrimas com alto teor de álcool.
Seja como for, é para isto que te pago, para aqui estar. Agora diz-me como sou funcional, puta.
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música: Norma Jean - Pretty Soon, I Don't Know What, But Something Is Going To Happen
pensamento: "I am Jack's complete lack of surprise."
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domingo, dezembro 19, 2004
A Forma Violenta
Aquele era o teu cheiro depois de horas em submissão. É uma posição que te agrada e que não dispensas, dia após dia. Sou a força, o músculo e o ardor que permanece semanas depois. Rasgam-se tecidos para se rasgarem peles. Água e sémen e o teu corpo dilata-se. Dois copos partidos com o teu cheiro. Submersa. Os cortes nos lábios e as manchas nos dentes substituíram qualquer tentativa de grito ou sôfrego gemido. O teu braço deslocado e a parede marcada pela madeira. A perversão pós-orgásmica e a repulsa de quem ama.
Levanto-me e limpo-me. Não me quero aqui. Suspendes-te em ligaduras e sussurras canções de infância.
"Hoje apeteceu-me ficar. Hoje queria aconchegar-te."
Está frio e apresso-me a vestir os boxers ainda húmidos.
"Dá-me a minha camisola."
"Sei que vou morrer amanhã. Podes ficar e... não sei...?"
Saio e fecho a porta. Até amanhã.
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música: Gojira - The Link
pensamento: morning sickness yesterday
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