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quinta-feira, outubro 30, 2003

Metamorfose Primeira


Fechei a mão esquerda - aquela que mais perto se encontrava do pulsar frenético e descontrolado - com toda a força que consegui extrair de todos os músculos e células do meu corpo. Fechei, fechei e fechei. Os dedos começaram a penetrar a base da mão, criando quatro fios de vermelha determinação. Cada suster da respiração era mais uma vaga de esforçada tensão. Os dedos amarravam-se e confundiam-se entre si, fundindo-se numa só extremidade. O sangue espalhava-se por todo o corpo a uma velocidade que me desorientava, mas nunca o concentrar de forças na minha mão esquerda se dissipou ou enfraqueceu. Um movimento contínuo. O que fora a minha mão - os meus dedos, as minhas unhas - era agora uma densa esfera de carne e ossos.
A primeira fase de uma metamorfose estava completa.


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música: Dredg - Lechium
pensamento: o tempo escapa ao pensamento

Æmitis :: 22:52 :::

quarta-feira, outubro 22, 2003

O Espaço Entre A Chuva


Hoje andei longas horas na rua enquanto chovia. Hoje andei à chuva. Por mais que tentasse, e tentei bastante, não consegui que uma só gota me tocasse. Deitei-me no chão, corri para a frente e depois apressadamente para trás. Saltei e arrastei-me pelas pedras polidas e luzidías. Mas nenhuma gota me tocou...
Cansado. Derrotado. Regressei a casa... Permaneci as restantes horas do dia sentado, com um copo meio vazio de água na mão. Depois larguei o copo e decidi que amanhã iria tentar de novo, mas com um novo método: em vez de perseguir as gotas que caiem, decidi esperar pelo grande dilúvio...pela última maré.
Todos temos de nadar um dia.


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música: Neurosis & Jarboe - Within
pensamento: finalmente mais um movimento abstranho

Æmitis :: 19:13 :::

domingo, outubro 12, 2003

Um Despertar


Acordei. Senti que somente eu tinha ousado desprender-me do cordão onírico de um qualquer deus remoto. As ruas estão adormecidas e o frio agride-me o corpo como um fera enraivecida pela presença de um estranho. É ainda de noite. As labaredas de fogo ainda estão longe do céu. Os passos são sós. O vento uiva pelas linhas negras que invadem e rodeiam este resto de betão disperso.
- Há neste silêncio urbano uma inquietude que sufoca.
- Eu sei. Também o sinto. O ar parece suster-se na garganta com receio de entrar no corpo.
- Nunca sei se este sentimento de estar a ser observado é só uma manifestação da minha amiga paranóia ou se realmente sou alvo do olhar de nocturnas criaturas.
- Anda ao meu lado. Olhos rentes ao chão mas sempre atentos e alertas. Sou o meu próprio guarda, o legionário sem deserto, só com o vazio.
- Mas o pânico nunca é real... Nem mesmo a existência de qualquer outro ritmo para além do meu. Subo as ruas; olho os candeeiros empalidecidos pelo fumo; os olhos felinos brilham como diamantes brutos na mais virgem das caverna; sinto o amanhecer na minha face...
- Como eu te compreendo... como eu te compreendo tão bem...
Aquele café que acompanha a alma, que desperta a mente ainda vestida de sonhos, tem uma duração de todo um acordar manso. O som das moedas no balcão de vidro ainda limpo. O ranger das portas que acordam...
- Olha, o sol está a nascer.
- Está a aquecer o ar.
- Vou-me embora.
- Adeus e... bom dia.


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música: Dysrhythmia - Heat Sink
pensamento: a mansidão de um domingo chuvoso

Æmitis :: 21:07 :::

segunda-feira, outubro 06, 2003

Momento Zen #1


AS PORTAS DO PARAÍSO


Um soldado chamado Nobuchiguê foi junto de Hacuíne e perguntou:
- Há realmente um paraíso e um inferno?
- Quem és tu? - quis saber Hacuíne.
- Sou um samurai, - replicou o guerreiro.
- Tu, um soldado? - exclamou Hacuíne. - Que tipo de governante iria escolher-te para sua guarda? Tens cara de pedinte.
Nobuchiguê ficou tão furioso que começou a puxar pela espada, mas Hacuíne prosseguiu:
- Ah, tens uma espada! Mas o mais certo é a lâmina estar tão embotada que nem conseguirás cortar-me a cabeça!
E, quando Nobuchiguê desembainhou completamente a espada, Hacuíne comentou:
- Aqui se abrem as portas do inferno!
Perante estas palavras, o samurai, compreendendo o estratagema do mestre, voltou a embainhar a arma e fez-lhe uma reverência.
- Aqui se abrem as portas de paraíso, - disse Hacuíne.


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música: Zao - PS 77
pensamento: um novo passo

Æmitis :: 00:07 :::

 

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