quinta-feira, outubro 30, 2003
Metamorfose Primeira
Fechei a mão esquerda - aquela que mais perto se encontrava do pulsar frenético e descontrolado - com toda a força que consegui extrair de todos os músculos e células do meu corpo. Fechei, fechei e fechei. Os dedos começaram a penetrar a base da mão, criando quatro fios de vermelha determinação. Cada suster da respiração era mais uma vaga de esforçada tensão. Os dedos amarravam-se e confundiam-se entre si, fundindo-se numa só extremidade. O sangue espalhava-se por todo o corpo a uma velocidade que me desorientava, mas nunca o concentrar de forças na minha mão esquerda se dissipou ou enfraqueceu. Um movimento contínuo. O que fora a minha mão - os meus dedos, as minhas unhas - era agora uma densa esfera de carne e ossos.
A primeira fase de uma metamorfose estava completa.
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música: Dredg - Lechium
pensamento: o tempo escapa ao pensamento
Æmitis :: 22:52 :::