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quarta-feira, julho 07, 2004

Descontrolo


Hoje, enquanto vinha no metro, mais precisamente a percorrer a longa linha azul, aconteceu-me algo digno deste espaço meu. Se a maioria do que é abstranho em mim nasce da complexa rede que se cria na minha mente, quando determinados momentos ocorrem fora dela não consigo deixar de ficar estupefacto e inerte (se algo poderá realmente acontecer fora dela). Sincronismo. Metáfora. Abstracção. Inesperada previsão. Antítese. Nada. Caos. Vida.
Estava encostado entre a parte traseira dos bancos e a pequena parte de parede da carruagem do metropolitano, ao lado da porta fechada que estava em frente àquela por onde entrei. Encostei-me, deixando-me perder no ruído dos estranhos e das escuras passagens entre estações. Como em tantas outras ocasiões, começaram a surgir imagens, sequências, palavras, sons... o meu imaginário fluía naturalmente... pensava no cenário recorrente de descontrolo, de quando as coisas não acontecem como tinha previsto. Pensei em escrever aqui, metaforicamente, através de uma situação, também recorrente, de entrar por um lado do metro e ter de sair pelo lado oposto. Não sei se já se depararam com esta situação... Mas a certeza de que é aquele o lado correcto de saída é tão grande que a alteração, a simples alteração da direita para a esquerda, faz estremecer a minha própria existência. Não será exagero... a confusão instala-se... a dúvida... o embaraço de estar errado... intimamente equivocado...
Enquanto pensava nesta situação, enquanto buscava as frases, o ritmo, a forma de expôr esta ideia, aproxima-se de mim um homem. Eu continuo encostado ao banco, no canto, e este homem de mais de meia idade, na casa dos cinquenta anos de idade, com um fato creme claro, camisa branca, cabelo curto e grisalho, com a barba por fazer, mas não muito longa, cerca de três dias parece-me, aproxima-se e segura na barra de metal que se encontra por cima dos bancos, onde estou encostado, ao lado do meu braço direito. O homem segura-se com a mão esquerda e na direita tem uma carteira de plástico com alguns papéis. Reparo que ele está nesta posição, neste preciso local, pronto para sair na próxima paragem, já anunciada. Mas ele está virado para a porta errada, para a porta onde estou encostado e que não abre, para a porta contrária àquela por onde entrou, por onde em todas as estações dezenas de pessoas têm entrado e saído. Primeiro penso que estará a ver-se no reflexo dos vidros da porta, ou estará só a olhar para fora, para as outras carruagens que passam na linha paralela naquele preciso momento. Mas o metro chega à estação, já anunciada. Pára. As portas abrem. O homem percebe que está virado para o lado errado e atrapalhadamente, apressadamente, vira-se e sai. Eu estou paralisado... A situação de engano, de confusão com entradas e saídas, a essência do meu pensamento até àquele preciso momento tinha-se materializado, tinha-se realizado. Não podia ser... Era avassalador. Aquele homem, aquela aparição bruta deixou-me a tremer. Já estava nervoso anteriormente... lembro-me de pensar que não havia razão para me sentir assim, com o coração acelerado e um descontrolado tremor dentro de mim... nada o justificava... nem o principio da viagem nem o previsto fim... nada. Após o metro partir da estação onde o homem de fato creme saiu, fiquei fechado dentro um quarto claro com paredes ondulantes. Era o descontrolo e a confusão de uma experiência estranhamente agradável. Muito agradável. E sorri.
Saí alguns minutos mais tarde. Ainda a sorrir e a pensar constantemente no que havia acontecido. A ocorrência passava repetitivamente pela minha mente. Era real e era isso o que mais me agradava. Era real. Este era o meu mundo, a minha realidade, a minha percepção. Eu. Real.


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música: The Dillinger Escape Plan - Unretrofied
pensamento: é só a minha mente. e é só minha.

Æmitis :: 00:04 :::

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