sexta-feira, julho 01, 2005
Erro Humano
Já tentaste ler todos os textos que escreves, todos aqueles de tinta sináptica, de trás para a frente? Sim, inverter o pensamento, trocar a ordem do raciocínio humano, desafiar a lógica do que se supõe são e criar novas palavras. É fazer mais que neologismos, é preencher todos aqueles espaços que separam a voz do formigueiro intravenoso.
Talvez seja a Poesia. Sim, é isso, a Poesia. O texto de métrica perfeita que não exige matemática e de metáfora sem comparação alguma. Talvez todos os poetas pensem de forma diferente de todos os outros, sentindo precisamente o que todos os outros sentem. Não é a escrever que se forma um poeta, mas a pensar. Um paralelo intelectual que nunca se compreenderá e uma possibilidade de erro constante que nos torna simplesmente humanos.
Talvez seja o Sonho. Sim, é isso, o Sonho. Largar as cordas da realidade e deixar cair o corpo no profundo inconsciente. Não ter horizonte mais amplo que a própria alma e ser-se eternamente náufrago. Nenhuma ordem natural, nenhum mapa traçado, nenhuma contagem ideal de pequenos tics e pequenos tacs. Toda a luz confluindo e dançando livremente naquela que é a mais que perfeita palette de cores: a existência. Progresso em espiral e um eterno despertar onde os braços espreguiçam até ao infinito, tocando-o.
Anulo-me, eu sei. Encadear as ideias somente para concluir a sua necessidade de inversão. Sou apenas humano e sou tudo o que isso comporta. É um fardo pesado que me atira para o chão e além dele. Ainda bem que vivemos numa esfera.
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música: dredg - Jamais Vu
pensamento: primavera e caos... com gatos.
Æmitis :: 03:56 :::
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