terça-feira, agosto 10, 2004
Tentativa
Estava a dormir. Creio até que estava a sonhar. O mesmo de sempre e não me recordo. Estavas deitada por cima de mim. Estávamos ambos despidos e mexias suavemente no meu peito. Viste-me abrir os olhos como se esperasses que o fizesse há várias horas. Depois, adormeceste.
Ontem disseste que eras capaz de morrer por mim. Porque demoras tanto a fazê-lo?
Porque me olhas assim? Parecem-te estranhas as minhas palavras? Talvez sejam estranhas... mas são minhas. Chora o que quiseres, não consegues compensar aquilo que já roubaste. Sim, estou amargurado e ainda tenho os punhos cerrados. Não temas violência, sabes que só me consigo magoar a mim próprio. É essa que temes? Bebe um pouco também, pode ser que isso se desvaneça da tua mente.
Ontem disse-te que era capaz de morrer por ti. Não esperavas que fosse às tuas mãos. Mas suponho que seja a forma mais nobre de o fazer, certo? Assim posso seguir de cabeça erguida e peito ensanguentado ao longo do trilho de árvores despidas, como nós.
Juro que tentei arrancar-te da minha pele.
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música: Kayo Dot - Marathon
pensamento: desaparece o sóbrio
Æmitis :: 03:24 :::
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