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domingo, maio 09, 2004

Só O Simples


A porta estava aberta. Era negra, de uma madeira que nunca tinha visto. Mais negra que a sua própria sombra, que me parecia ter uma diferente forma do que era. O chão era feito de um tecido vermelho. Entrei. Era um quarto amplo, de paredes brancas com tons de cinzento como núvens de fumo presas no tempo. No centro, precisamente no centro estava uma cadeira, simétricamente presente, feita da mesma madeira escura da porta. Ainda não a tinha tocado e já a sentia, fria. A luz era forte e branca, aprisionada no centro do tecto. De tão forte que era não conseguia decifrar se tinha candeeiro ou qualquer outro suporte. Era apenas uma mancha.
Nada mais fazia sentido senão sentar-me.
Sentei-me.
Ainda com o corpo dorido do esforço de dias anteriores, cedi àquele objecto como que ao corpo de uma mulher. E no preciso momento em que me moldei na cadeira soube qual o seu significado. Um gesto simples, um sorriso, um alívio, uma renovada vontade. Era o que precisava. Simplicidade. Nunca o meu coração bateu tão regularmente e com tanta certeza de me alimentar.

Levantei-me.
Sem esforço.
Saí sem olhar para trás.
Tinha entrado em vários quartos anteriormente, mas nunca tinha sentido nenhum tão certo como este. Tinha a minha cor e o meu toque. O frio que sentira ao entrar era igual ao que sentia por dentro. Não desapareceu, apenas encontrou outro semelhante. Sei que vou regressar um dia e a porta estará aberta. Não vou recordar este momento, pois nunca aconteceu.


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música: Radiohead - Wolf At The Door
pensamento: I yearn for simple and meaningful gestures

Æmitis :: 19:20 :::

 

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