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terça-feira, maio 11, 2004

Epílogo


Bastou um só deslize, um só mover de areia e vento. Como um pestanejar que nos faz perder uma vida (por vezes a nossa). Não sei se cedi ou se fui derrubado. Senti um pouco de ambos. Fraco. O corpo tremeu e nenhuma imagem era nítida. A voz que gritava não era a minha. As palavras que se amontoavam não eram minhas. Não era meu. Tinha-me deslocado, um só passo atrás, o suficiente para ser substituído. Baixei a cabeça e ouvi o construir do pathos, pedra sobre pedra, de faísca em faísca, sangue com suór. Que obra horrenda se erguia em meu redor. Imóvel, cristalizei-me em ferro e vidro. Durante dias permaneci assim. Durante dias a metamorfose do ambiente avançou incessantemente. Sempre mais grotesca, sempre mais cavernosa, sempre sem horizonte e sem abismo. Não conseguia sequer abrir os olhos. Sabia que este gesto me transformaria em pó... e como desejava o vento que isso acontecesse. Ele dizia-mo ao ouvido... sussurando dolorosas palavras, agulhas que penetram lentamente num contínuo movimento. O céu era uma tela de cores negras que se misturavam e afastavam constantemente. Árvores mortas arrastavam-se pelo chão em busca de raízes. A terra tremia, temerosa e triste, abrindo fendas como feridas auto-infligidas. Nunca era noite porque nunca era dia.
Um só deslize, frágil razão.
Senti de novo a pele respirar. Doía-me como nascer. Já não poderia alterar nada. Já tinha alterado tudo. Caminhei derrotado e sem luta.
Frágil razão.
Cheguei ao oceano... imutável. Se todo o cenário se contorcia e se desfigurava, o oceano permanecia seu. A maré era melódica.... Avancei.


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música: Neurosis - Falling Unknown
pensamento: constant imagery

Æmitis :: 01:05 :::

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