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sexta-feira, maio 07, 2004

E Mais Sangue Escorreu...


Fiz um zapping à minha vida. Não parei em nada. Continuei a pressionar o pulso frenéticamente. Não parei por nada. Escorria à volta do braço, em espiral, uma linha vermelha de incómodo tédio. Não parei. Nada. E enquanto este acto, quase reflexo, ocorria, passava pela minha mente uma sequência de conhecidas imagens, como negativos de um rolo fotográfico. Vi rostos, membros, corpos. Vi terra, lugares, espaços. Vi o tempo mover-se a um ritmo acelerado, como o crescimento das plantas nos programas sobre natureza... à mesma velocidade que mostram a decomposição de uma carcaça de um veado, morto à beira de uma estrada. Era tão rápido que passados dez minutos, creio que foram dez minutos (ou seriam dias?), todas as imagens se converteram numa linha desfocada.
E de repente, parou.
Parou numa imagem branca.
Ofuscou-me.
Depois de me habituar à luz que emanava daquela tela onírica, começaram a formar-se alguns tons, alguns contornos. Apareceu um corpo, deitado, nu, de uma mulher. Conseguia ver a linha suave que lhe rodeava os tornozelos, que ondulava pelas pernas e terminava em longos fios de lisa luz. A face estava voltada para o horizonte, não a conseguia ver. Pelo corpo dançava um transparente véu de láctea textura. Um veludo ainda por se formar. Começou a mexer-se lentamente como se o tempo lhe pertencesse. Não havia som. Não havia ar. Todo o movimento era um acordar longínquo. Dentro de mim senti uma crescente ansiedade. Sabia que ao ver aquela face, aquele desenho de perfeito sonho, tudo iria acalmar... calmo... O véu subiu-lhe até ao rosto, acompanhando o voltar, como uma maré... Estava de frente para mim. Apenas o véu impedia o meu adormecer agora, e eu sabia que iria diluir-se assim que ela abrisse olhos. E quando o fez, a imagem moveu-se e atrás dela vieram todas as que já tinham passado anteriormente. Uma mancha desfocada de novo.
Mais rápida.
Fiquei tonto.
Caí.
E mais sangue escorreu... e não adormeci, nem parei.


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música: Radiohead - Karma Police
pensamento: "For a minute there I lost myself"

Æmitis :: 21:40 :::

 

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