sábado, maio 01, 2004
A Caminho Da Ténue Lúcidez
E pensar que tudo pareceu resolvido, que cada passo encontraria chão firme e de perfeita textura. E pensar que de tão alto que estive que toda a vertigem se dissipou... num beijo. Equilíbrio. Tão perfeito balanço de tão imperfeito objecto. E pensar que nada deve ser vivido sem saudade, sem nostalgia, sem homenagem ao que já foi... ao que foi em mim.
Não caí, mas senti a dor de ossos quebrados e pele esfolada. E não caí... e por isso solto desesperadas gargalhadas que diluídas escorrem em lágrimas. E pensar que o meu corpo regressara ao teu, mãe.
Há uma novo sinal no meu ombro. É escuro, de um castanho envelhecido como um carvalho. Cada dia em que o vejo, cada hora até, parece-me ter uma diferente forma. Sempre familiar. Sempre estranho... mas íntimo. Posso tocar-lhe. Posso cair na memória.
Incompleto... mas menos.
............::::::::::::::::::::::::::::::::::::
música: Tarentel - Ghosty Head
pensamento: pouco faz sentido em tão compreendido discorrer de vida
Æmitis :: 01:57 :::