quarta-feira, abril 14, 2004
Diálogo No Silêncio
Vejo em cada rua de mim uma paisagem desconhecida. Moradas que não decoro e onde preciso de regressar mais tarde. Tarde. Tarde demais. Como me perco em tão vasto silêncio, em tão ruidosa solidão. Tão cego. Deambulo por dentro de veias e artérias, por entre os espaços entre as células sem nunca saber para onde me direcciono. Perco-me por não me ver em caminho algum.
Não estranhes esta confusão infantil de inicio de vida. Um dia tudo será simples em ser complexo.
Tento, juro que tento! Compreender a relatividade em que a vida encontra as suas certezas. Mas altera-se tão inesperadamente a luz por onde me guio. Altera-se a mão que a segura. O chão, o mesmo chão que piso e que sinto seguro, oscila quando menos espero. Oscila quando o espero. E caio, e levanto-me, e caio, e rastejo, e caio, e adormeço...
Não estranhes estares perdido. Um dia saberás como tudo é passageiro.
Cala-te! Não há espera! Não há tempo! Há questões e há procura. Não há espera!! E se desespero, se choro, se rompo a pele e rasgo o ar é porque vivo! Cala-te futuro que ainda não existes! Cala-te passado que já me criaste e partiste!
Descansa... amanhã será um dia diferente. Serás diferente.
Ouviste? Fui eu.
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música: Blood And Time - Deep Inside Of You
pensamento: Rest
Æmitis :: 02:59 :::