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quarta-feira, abril 07, 2004

Amnésia


Escrevo a memória num caderno de folhas soltas... envelhecidas... amansadas pelo tempo. Não me pertence este caderno negro. Não o sinto meu. Não o recordo para além do passado. Só o vejo no presente. Escrevo a memória num caderno de folhas soltas... a caligrafia não é minha. Não a sinto minha. Não recordo tê-la aprendido, estudado, treinado, criado. Não existem linhas. As pontas das folhas estão dobradas, algumas só... Existem manchas... gotas caídas de dor líquida... Outras têm um perfume primaveril, feminino... Nada do que descrevo recordo. Nada do que escrevo recordo. Escrevo a memória num caderno que não me pertence e não me conhece. Sou um estranho em cada folha, um vagabundo em cada traço. Sou a face que se perde na ausência de recordação. Não viro páginas, não as preecho. Escrevo.


Escrevo sem tinta. Não sou. Não existo continuamente. Não recordo. Não respiro. Iludi-me e caí, sem realmente cair. Iludi-me. Não lembro a linha que percorro divagando, deambulando... Não recordo ser para além do passado. Não sou passado. Não sou presente. Não sinto. Escrevo. Não sou fantasma nem sonho. Escrevo a memória. Escrevo em cada presente que foge. Escrevo sem ver, sem sentir, sem ter memória. Escrevo em memória de não escrever.


Se não me lembro no passado, se o presente passa e não me dá o verbo, se não sei o que escrevo, se não penso com palavras, serei Deus? Não me recordo de o ser...


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música: 5ive - Synapse X 3: b. Telluric in Transudate
pensamento: "The past will often attack the present with the pain of your memories..."

Æmitis :: 04:44 :::

 

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