<$BlogRSDUrl$> <body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5737216\x26blogName\x3dAbstranho\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://aemitis.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://aemitis.blogspot.com/\x26vt\x3d-3878423041297171753', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

domingo, agosto 31, 2003

A Minha Rua


A "Selva Urbana". Alguém chamou assim a todo este amontoado de entulho, alcatrão, aço e cimento. Cinzento. E desta janela de primeiro andar consigo confirmar em pleno a exactidão de tal metáfora. Esta gente que se reproduziu desesperadamente, industrialmente, encontrou nas paredes planas e no negro do chão o habitat ideal para se animalizar. Negro. Convido todos os amantes de zoologia, todos os adeptos da vida selvagem a colocarem-se nesta minha janela para onde tão bem se vê esta minha rua. Há bandos, matilhas de machos que se movem em grupo, enfrentando-se e lutando entre si pela conquista das fêmeas e do território. É a lei do mais forte, ou a dos mais numerosos. Há noites em que estes grupos animalescos, que grunhem e uivam, se juntam e partem para as caçadas. É vê-los de armas em punho, avançando com os olhos incandescentes em direcção às suas presas, que são por si só, outros seres da mesma raça ou de outra oposta. São batalhas desta selva de betão, onde o instinto animal se revela na sua forma mais pura, onde estas bestas mostram as suas presas, as suas garras e a sua força. Vermelho. O sangue é a lei, a vitória é indiferente, nunca conclusiva ou determinante. Estas bestas vivem assim. É este o seu modus vivendis. De dia esperam pela noite. De noite são supremas. Sao as bestas modernas, comandadas pelo cimento. Frias como o aço, brutas como a cólera.
E eu vejo, desta minha janela, o comportamento destes seres estranhos, destas formas aparentemente humanas mas que não o são verdadeiramente. Eu quero pensar que não o são. Que algures na evolução até a este século XXI, uma linha paralela se desviou e originou estes animais que habitam entre nós e se disfarçam entre nós. Por isso só se revelam à noite, quando a humanidade dorme... Porém, o que me assusta verdadeiramente, é ver-me a mim e a todos naqueles olhos sanguinários, naqueles punhos em riste e nos berros de dor e de ódio.
Na minha rua existe a selva mais profunda do homem industrializado, urbano e desumanizado. Da minha janela, sou um espectador da natureza humana mais bruta e suja. não me quero sujar...


............::::::::::::::::::::::::::::::::::::


música: House Of Low Culture - Submarine Immersion Techniques III
pensamento: será que ainda caçam, as bestas da noite?

Æmitis :: 03:42 :::

 

Ambiente Recorrente

Contacto

Cruzamentos

Memória

Informações